quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Glória Pires e Paulo Miklos ganham a plateia com o longa É proibido fumar
Publicação: 24/11/2009 11:01 Atualização: 24/11/2009 11:34
Marina Severino, Ricardo Daehn, Tiago Faria e Yale Gontijo
Em quase todas as edições, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro oferece ao público uma noite das estrelas ao exibir, na mostra competitiva, produções marcadas por equipe renomada e elenco de famosos. Como na noite da projeção de Cleópatra em 2007 e em Baixio das bestas e Falsa Loura em 2006, entre os capítulos mais recentes, parte da plateia presente no Cine Brasília na noite de domingo tinha expectativa de ver, circulando pelo evento, as estrelas de É proibido fumar, Glória Pires e Paulo Miklos. Embalada pela boa recepção, a equipe subiu ao palco com a euforia dos favoritos, expressa com graça pela produtora Sara Silveira (Bicho de sete cabeças), veterana na mostra. "Tive a oportunidade de ganhar prêmios em Brasília. Quem sabe agora eu leve mais um?", provocou no palco.
O público recebeu com bom humor o comentário da produtora, que logo engatou um elogio ao definir o evento como o "real, verdadeiro e único festival de cinema brasileiro". Começava ali o caso de amor entre os espectadores e a produção. Ao longo dos 86 minutos de É proibido fumar, a sessão foi marcada por reações pontuais de aprovação ao caso entre Baby, uma professora de violão vivida por Glória Pires, e seu novo vizinho Max, um cantor de churrascaria interpretado por Paulo Miklos. O longa tem estreia nacional marcada para 4 de dezembro.
Recheado de menções à MPB e ao humor cotidiano, a comédia de R$ 3,8 milhões provocou de risos prolongados a aplausos ocasionais - uma cena, em que a protagonista desiste de conter seu vício e decide voltar a fumar, rendeu uma calorosa salva de palmas e assovios de aprovação no ponto de virada do enredo. Para a diretora, Anna Muylaert (Durval discos), a reação confirmou acertos no andamento da trama. "As manifestações eram esperadas. Senti comunicação entre filme e plateia", comentou.
Ao assistir pela primeira vez a edição final de É proibido fumar, Glória Pires estava em sintonia com o restante da audiência. "Gostei do filme e acredito que as pessoas curtiram também. Acho que a Anna enxugou bem e ficou ainda melhor do que estava no roteiro", observou logo após a exibição. A atriz, que já havia encarado a avaliação do público durante a exibição do longa que abriu o festival, Lula, o filho do Brasil, subiu o palco pela segunda vez nesta edição. "Como atriz, é um prêmio estar num mesmo festival com dois trabalhos tão diferentes. Lula também foi bem recebido, apesar do tumulto. A agitação acontece quando pessoas querem assistir ao filme. É um bom sinal", constatou.
Revelação amadurecida
O titã Paulo Miklos retornou ao Festival de Brasília oito anos depois de ter vencido o Candango melhor ator revelação e do Troféu Saruê (entregue pela equipe do Correio ao melhor momento do festival) por O invasor. Mas, se o longa de Beto Brant provocou impacto, a comédia de Anna Muylaert rendeu ao músico uma sessão mais leve. "Achei ótima a reação. É um filme de grande leveza, divertido, mas com momentos tensos. Revivi totalmente as mesmas emoções (de 2001)", comentou o músico ao fim da sessão. "O susto é sempre o mesmo e a vontade é sempre por mais", disse.
A plateia animada também recebeu com graça os curtas exibidos antes de É proibido fumar. A poesia do baiano Carreto, de Marilia Hughes e Claudio Marques, versou sobre a amizade de um menino que faz pequenos serviços onde vive uma garota deficiente. A reação mais acalorada foi reservada para A noite por testemunha, produção brasiliense comandada por Bruno Torres. Os aplausos que acompanharam a subida da equipe ao palco foram os mesmos que, reforçados, concluíram a exibição e parabenizaram a reconstituíção da morte do índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, queimado vivo em uma parada de ônibus em 1997. "Fica o recado para as elites de que não há lugar para pobres e humildes, para que todos pensem se existem direitos iguais", resumiu o diretor.
De acordo com Bruno Torres, a produção foi resultado de uma jornada pessoal, iniciada com a morte do amigo Marco Antônio Velasco, assassinado pela gangue Falange Satânica em 1993. "Comecei a estudar e me aprofundar sobre delinquência juvenil, que resultou no curta O último raio de sol em 2004, que considero um pouco raso. Desta vez, me concentrei em fazer um filme sobre culpa, procurando fundamento em Freud e Nietzsche, e fugi de tons panfletários", definiu
FONTE: http://www.correiobraziliense.com.br
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário